quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Quem disse que os FILHOS SÃO PARA O MUNDO? Por Teresa Montes Jornalista



Essa semana vi em meu despertador do celular com saudades escrito "Levar os meninos na escola"... Eles cresceram tão rápido. Hoje são homens. Estão buscando agora seu espaço nesse mundo.  Dai vem aquela frase que todo mundo diz: "Seus filhos não são seus, são do mundo"... Ou então "Você precisa se conformar de ver o ninho vazio". 
Um dia eu também precisei deixar meu ninho vazio na casa de meus pais. Lembro como numa cena daqueles filmes de drama do olhar de meus pais se despedindo de mim quando eu e meu marido estávamos saindo da casa deles, depois do casamento, para irmos para lua de mel e depois que voltássemos iríamos para nossa casa, nossa primeira casa na Rua Princesa Isabel em Uberlândia (MG). Depois de tanta correria, da arrumação para o casamento no salão, do meu Tio Ricardo ir nos buscar, eu e minha florista querida Thais Cristina, da entrada na igreja, da festa com todos nossos queridos amigos e familiares. Das milhares de fotos. Agora aquele momento de nó na garganta de ver os olhos de meus pais cheios de lágrimas, tentando esboçar um sorriso e acenando.
É claro que precisamos deixar nossos filhos seguirem seus caminhos. Mas essa história de criar os filhos para o mundo descarta toda a dedicação desde o nascimento deles. Não foi em vão todas horas de dedicação que tivemos para eles. Os cuidados com alimentação na gestação. Depois as noites de sono mal dormidas para amamentá-los ou cuidar de seus medos ou doenças. Da adaptação de nossas vidas para levá-los em todos lugares que íamos, dividindo as tarefas com nosso cônjuge de "olharmos" as nossas pequenas criaturas para que em suas aventuras não machucassem. Cada fase do desenvolvimento deles, desde de sentar, engatinhar, andar. Depois aprender a falar. As gracinhas, as artes. Levá-los na natação, no futebol, no judô, na capoeira, no Muay thai, no conservatório. Como adorava acompanhá-los em tudo e torcer por cada vitória e apoiá-los nas derrotas também. Sempre fizemos questão de levá-los na escola, com suas mochilas e lancheiras no início. Depois só mochilas, porque "lancheiras eram de criancinhas" diziam eles (risos)... E como era emocionante vê-los dançando ou representando alguma peça na escola. E no dia das mães receber seus bilhetinhos, seus desenhos ou alguma peça da aula de artes. 
Quem disse que criamos os filhos para o mundo? Acho que mesmo eles saindo de casa não deixam de ser nossos. Mesmo estando fisicamente longe são ainda nossos "filhotes" em nossos corações. E se voaram, temos certeza que levaram em seus corações um pouco de nós e nossos ensinamentos. E esperamos pacientemente que voltem entre um voo e outro para nos contarem de suas conquistas e matar a saudade.
Não criamos os filhos para o mundo, criamos os filhos para saberem que o mundo existe, e que hora o mundo será bom, hora o mundo será sombrio. E seja em qual hora for, os filhos saberão no fundo de seu coração que poderão sempre contar conosco. Nós seremos sempre deles e eles serão nossos. Mesmo quando Deus quiser nos chamar continuaremos vivos em seus corações. Enquanto isso poderão voltar quando quiserem,  e se preciso pedir colo novamente. A casa ainda será deles e de quem mais chegar para somar a nossa família.

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